Irene Omuro, arquiteta pela Universidade Mackenzie de São Paulo, atuou na área por anos na própria capital. A partir de 1986 se envolve com a cerâmica estudando com diversos profissionais. Em viagem ao Japão conheceu a faculdade de cerâmica de Arita, cidade berço de tradicionais ceramistas. Foi um reconhecimento das raízes da tradicional e contemporânea cerâmica japonesa. A mudança à Bahia e a parceria com o pintor e gravador Calasans Neto que passa a técnica da calcografia em metal, resulta na série de monotipias feitas na prensa do mestre. Da parceria surgiram as cerâmicas com as baleias e cabras, a iconografia de Calasans esculpida em madeira e prensada na argila, sugerindo peças esculturais mais do que utilitárias. Hoje as raízes orientais e a vivência com a multiplicidade cultural da Bahia, proporcionam a fusão de diferenciais em seu trabalho autoral. Revive na cerâmica além da queima tradicional, a ancestral técnica denominada Raku desenvolvida no Japão a partir do século XVl e utilizada na produção dos utensílios para o ritual da cerimônia do chá.